1º DE JULHO

Postado: 01/07/2020

Nesta quarta-feria, (1/7), ocorre a primeira Greve Nacional dos Entregadores de Aplicativos, em luta contra as péssimas condições de trabalho, por aumento no valor dos repasses das empresas do ramo (iFood, Uber Eats, James, Loggy, Rappi...) e pela criação de um fundo de apoio aos trabalhadores infectados por coronavírus em decorrência do trabalho.
 
Os serviços de entrega e transportes por aplicativos são muito importantes, assim como o desenvolvimento da tecnologia quando esta é usada em benefício da população. Vide o trabalho feito na China e Vietnã quando os governos desses países usaram aplicativos para seguir o fluxo da pandemia do Coronavírus na população e estabelecer ações concretas e inteligentes para evitar a transmissão da doença. Mas quando a tecnologia é usada para superexplorar os trabalhadores através de relações capitalistas, é emergencial que a classe trabalhadora levante sua voz.
 
Este tipo de relação de trabalho, conhecida como "uberização" é um termo que denota relações de trabalho como fruto da proposta de exploração máxima de cunho neoliberal: corta-se, primeiramente todas as relações formais de trabalho, por exemplo, a não assinatura da CLT para retirar os direitos trabalhistas. 
 
Agrega-se o fato de que os meios de transporte (carros, motos, bicicletas, etc) são obtidos e mantidos pelos próprios trabalhadores, sem nenhuma contrapartida das empresas de aplicativos.
 
Não há salário fixo, ao contrário, ganha-se por prestação de serviço e o valor é muito baixo.
 
Além disso, existe um sistema de “gamificação” que premia os prestadores de serviço por entregas mais rápidas, quantidade de serviços prestados por tempo, etc, forçando os trabalhadores a diminuir a segurança e aumentar a carga de trabalho, em busca de um mínimo de dinheiro para manter a sobrevivência.
 
Do ponto de vista do trabalhador, existe uma grande dependência do aplicativo e de todo o sistema de exploração, afinal, ganha-se mais dinheiro quem fica mais dependente dele, mas perde-se o direito de ter 8 horas de trabalho e horas extras pagas, além de não terem direitos a licenças quaisquer por saúde, invalidez, acidentes, férias, 13º terceiro, descanso em determinados dias da semana, enfim, é a precarização levada ao último limite.
 
Do lado das empresas, tem-se somente a gestão técnica, tanto das solicitações de serviço dos clientes como do controle dos trabalhadores, ou seja, para os capitalistas, é uma atividade altamente rentável.
 
Com a pandemia, esses serviços, principalmente os de entrega, tornaram-se muito importantes, mas são os trabalhadores os mais expostos aos riscos de contaminação. 
 
No dia 1º de julho a greve destes trabalhadores, entre outras pautas, reivindica:
 
• Jornadas de trabalho e folgas fixas sem diminuição de salários;
 
• CLT para todos os trabalhadores de aplicativos, com adicional noturno e periculosidade;
 
• Auxílio transporte revertido para o combustível;
 
• Plano de saúde;
 
• Seguro de roubo, acidente e de vida;
 
• Auxílio pandemia (EPI’s e licença);
 
• Fim dos bloqueios e desligamentos indevidos dos trabalhadores.
 
O SINTUR-RJ expressa total solidariedade e apoio na luta dos trabalhadores dos transportes de aplicativos. 
 
#ApoioBrequeDosAPPs
#1DiaSemAPP

 

 

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