DENUNCIA
Com mais de 50 (cinquenta) anos de idade, morador da Baixada Fluminense (lugar de difícil acesso a internet), um trabalhador da CBTU, Anistiado, que trabalha há mais de 10(dez) anos na UFRRJ, está passando por momentos de grande constrangimento e desespero, por não ter como alimentar sua netinha e toda sua família.
Como a Empresa CBTU lhe garante o vale alimentação todo dia 20 (vinte) de cada mês, sua esposa foi ao mercado fazer as compras e teve conhecimento que o cartão estava zerado, se sentindo humilhada, teve que deixar todos os alimentos, incluindo o leite de sua netinha.
Imediatamente o trabalhador ligou para a Empresa e foi informado que também não teria o salário mensal e que procurasse a Diretora do Instituto que ele trabalha para resolver.
Desesperado pegou um ônibus e veio para a Universidade em plena Pandemia, se arriscando ao ser obrigado a sair do isolamento social, para tentar resolver, antes tentou por telefone com a Diretora, por orientação da secretária da Empresa, de que bastava que ela enviasse um e-mail explicando que houve um equívoco. A Diretora se negou a fazer isto, dizendo que iria consultar o Reitor.
Com esta resposta, ele veio buscar ajuda na Reitoria e teve a explicação de que a Diretora mandou sua frequência com a informação de que ele não havia feito o curso que ela mandou. Ao receber a frequência com esta informação a Empresa cortou o auxílio alimentação e o salário do trabalhador.
Mesmo não tendo nenhum decreto que o obrigue a fazer curso e não ter sido apresentado a ele nenhum documento da Empresa com esta exigência, a Diretora do Instituto da UFRRJ exigiu o curso, ignorando que o trabalhador lhe disse que não tinha internet em casa, que no celular só tem área fora de casa e que tem muita dificuldade para lidar com tecnologia, mesmo assim a Diretora decidiu que ele ficaria sem o vale alimentação para alimentar sua família e sem salário, como punição por não ter feito o curso.
Depois de buscar ajuda, foi informado que estava tudo resolvido. Ligou para a Empresa e lhe disseram que o vale alimentação, só será pago terça feira e seu salário sairá depois de todos os outros.
Com a neta pedindo leite, com a esposa desesperada, triste e angustiado, sendo pressionado para se retratar por não ter feito o curso, nos pediu ajuda:
"Por favor, não estou me sentindo bem, estou nervoso, não sei o que darei para minha família comer até terça-feira e ainda estou sendo pressionado com mensagem no meu telefone, para que procure uma maneira de me retratar por não ter feito o curso, querem que eu peça desculpas porque não fiz o curso, porque não me avisaram antes, me ajuda."
Quanto a alimentação da sua família, garantimos no sábado a compra do leite para sua neta e tudo que ele estava precisando.
E a situação emocional deste trabalhador, tenso, diante de todo o assédio que sofreu e ainda está sofrendo? Diante da incerteza de como ficará sua frequência.
Como superar a humilhação e a vergonha que ele e sua esposa passaram, apenas por um capricho de uma Diretora que decidiu que todos tem que fazer o curso por que ela exigiu?
Até quando a Universidade continuará sendo este lugar hostil para os trabalhadores?
O vice Reitor que tomou conhecimento do caso, o Reitor e todos os Pró Reitores, ficarão omissos e aceitarão que esta Diretora continue a humilhar este trabalhador, que como todos nós, já está sendo penalizado por estar lutando para viver em plena Pandemia de COVID-19?
Antes de pedir ajuda ao sindicato, o trabalhador passou um áudio para a Diretora com a foto da sua neta, pedindo ajuda para comprar leite. O que fez a Diretora? Ignorou.
Por que prejudicar um trabalhador pobre, humilde, que sempre trabalhou e agora devido a Pandemia não está podendo exercer suas funções?
Nossas vidas! Importam!
Gestores da UFRRJ assediam e adoecem os trabalhadores mesmo durante a Pandemia. Basta! Exigimos respeito!
Diretoria Colegiada do SINTUR-RJ