Este 18 de Maio é marcado pela luta antimanicomial. Até bem pouco tempo atrás era aceito que o tratamento oficial de pessoas com sofrimento mental fosse a exclusão e o esquecimento das mesmas dentro dos hospícios.
Porém, o que se revelou após anos de normatização dessa violência, foi que esse método nada tinha a ver com cuidado em saúde e sim com hipocrisia e interesses de poder.
Setenta por cento das pessoas que viveram no maior manicômio do país (Barbacena/MG) não tinham nenhum diagnóstico de transtorno mental. Eram alcoólatras, rebeldes, pessoas com doenças desconhecidas como epilepsia ou convulsão.
As mulheres foram as principais vítimas, por muito pouco eram jogadas nesses depósitos humanos. Prostitutas, jovens que engravidaram antes do casamento, amantes, esposas que impediam a liberdade de uma nova relação, empregadas que foram estupradas pelo patrão, essas eram algumas das razões para elas viverem como loucas, por grande parte das suas vidas.
A reforma psiquiátrica avançou na destruição de muitos manicômios de concreto, embora tenha sempre quem defenda a volta dessas instituições. Mas, as ideologias de opressão e o sistema capitalista com sua moral hipócrita seguem se impondo. Por isso, nessa data a luta é para por fim a todo tipo de prisão travestida de norma, pelo fim do machismo e de todo tipo de opressão, pela destruição do capitalismo e pela construção de uma sociedade em que saúde não seja mercadoria, nem meio de dominação.
Por Movimento Mulheres em Luta