Quem são os técnico-administrativos da UFRRJ?
São servidores públicos responsáveis pelo funcionamento administrativo dessa Universidade. Enfrentamos a dificuldade de locomoção para vir trabalhar, o risco da insegurança, a ausência de creche, a crise financeira e a dificuldade para tratar da nossa saúde. Somos: médicos com várias especialidades, tratoristas, secretários, técnicos de informática, auxiliares de enfermagem, enfermeiros, psicólogos, técnicos de laboratório, engenheiros, caldeireiros, vigilantes, motoristas, bibliotecários, entre outros cargos, ocupando apesar de pouco ainda, cargos de chefias e Pró Reitorias. Resumindo, estamos em todos os setores da universidade. Trabalhamos em locais sem as mínimas condições de trabalho.
Temos que improvisar quando o computador falha, quando falta internet, quando o papel acaba, a cadeira quebra, quando não tem o copo descartável para medicação, a luz queima, a tomada explode por excesso de aparelhos ligados, o mofo toma conta da sala, o risco de incêndio é iminente. Dividimos espaço com os cachorros, trabalhamos sem segurança, mas seguimos exercendo nossas atribuições com qualidade. Não recebemos hora extra quando excedemos nosso horário, muito menos quando isso significa arriscar nossas vidas ao sairmos da universidade em horários considerados de risco. Estamos, na maioria das vezes, sozinhos nas secretarias, nos laboratórios, etc. Locais onde tinham 08 (oito) técnico-administrativos, agora em uma universidade com cerca de 18 mil alunos matriculados, existem apenas 02 (dois).
Estamos adoecidos emocionalmente, devido a pressão, e fisicamente, "devido as doenças relacionadas, em sua maioria, a faixa etária". Os Gestores (com poucas exceções) por terem que responder a pressão e/ou por não estarem preparados para o cargo usam o assédio moral para nos pressionar. Fizemos greve pelo direito a qualificação e hoje precisamos lutar para ter direito de estudar. Os professores têm suas solicitações de licenças para fazerem mestrado, doutorado no estado ou fora do país sempre aprovadas, enquanto os técnico-administrativos precisam lutar para estudar e, quando conseguem, sofrem muito até a conclusão do curso.
Lutamos contra o governo federal; fazemos greve por valorização e dentro da universidade, na hora em que adoecemos em um setor que chegamos ao nosso limite, ou porque o assédio moral e sexual e/ou a descriminação racial, de gênero ou de orientação sexual é constante ou porque discordamos da forma de atuação dos Gestores, a Pró Reitoria Administrativa nos impõem escolher até o horário definido por ela por setores que ela mesma determina. Somos punidos mais uma vez e culpalizados por adoecer. O agressor continua no cargo, impune. Somos trabalhadores que cuidam da saúde dos trabalhadores da comunidade universitária, adoecendo, abandonados. Por tudo isso, apresentamos nossa campanha #ServidorPúblicovalorizado = #ServiçosPúblicosDeQualidade e pedimos apoio a nossa luta. A valorização dos técnico-administrativos significa melhor atendimento para todos vocês que são usuários dos nossos serviços.
Somos técnico-administrativos da UFRRJ, merecemos RESPEITO.