Nota de Repúdio
MOÇÃO DE REPÚDIO
Nós, técnico-administrativos da Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro, comprometidos com as causas dos trabalhadores da nossa universidade e do país como um todo, manifestamos nosso repúdio contra a violência que foi cometida contra os participantes da manifestação pública contra os projetos de Reformas Trabalhista e Previdenciária do Governo Federal, ora em tramitação no Congresso Nacional, marcada com ampla antecedência e divulgação para ocorrer no último dia 28/04/2017, no Centro da cidade do Rio de Janeiro. Agentes da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro atacaram com bombas de gás e balas de borracha integrantes da referida manifestação, da qual participavam membros do nosso sindicato e da comunidade acadêmica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro como um todo, passando a persegui-los pelas ruas do Centro do Rio de Janeiro, demonstrando, com isto, ter, como objetivo final, impedir que os ditos manifestantes se reunissem no Largo da Cinelândia, local onde estava prevista a ocorrência de ato público de protesto contra as supracitadas reformas e onde se encontrava armado um palco, de onde seria comandado o ato final do evento, e que também foi alvo de ataques por parte desses mesmos policiais militares, que se utilizaram de bombas de gás e de efeito moral, em um claro desrespeito às leis vigentes no Brasil, com destaque para a Constituição Federal, particularmente no que se refere ao artigo 5º, incisos VIII, XV, XVI e XVII.
Isto representou uma violência direta ao trabalhador brasileiro, em seu justo direito de se manifestar e reivindicar seus direitos, inclusive por ter sido empregada força desproporcional pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, ao utilizar, para tal ato repressivo, um aparato militar poucas vezes visto em sua história, do qual constavam: amplo contingente, estrategicamente distribuído pelas ruas do Centro do Rio de Janeiro; helicópteros e drones, que acompanharam em tempo integral os deslocamentos dos manifestantes; atiradores de elite posicionados nos pontos mais altos dos prédios da Avenida Rio Branco, por onde estava previsto que a passeata passaria; policiais militares dirigindo motocicletas; unidades do tanque blindado militar conhecido popularmente como “caveirão”; regimento completo de cavalaria etc.
Exigimos a apuração dessas ações em todos os órgãos competentes e anunciamos que não nos calaremos diante da violência policial. A greve geral segue forte em seus próximos passos na luta contra maior retirada de direitos já vista na história desse país. Nenhum direito a menos! Abaixo o Estado de exceção!
Seropédica, 04 de maio de 2017
Assembleia geral do Sintur-RJ