NÃO ACABOU

Postado: 03/01/2022

Mesmo com a propagação em ritmo lento, país precisa ficar atento à aceleração recorde da covid no planeta.

Ritmo da propagação segue baixo, mas alertas do mundo deveriam guiar ações para evitar novos colapsos.

Embora tenhamos começado 2022 em situação diferente se comparado a nações em que o coronavírus mais se propaga no mundo atualmente, o Brasil ainda está sob risco e deveria manter medidas de proteção e se preparar para evitar novas crises. O alerta sobre a possibilidade de novos surtos vem de fora. Nos Estados Unidos e em diversos países da Europa a covid voltou a avançar e bate recordes diários.

O crescimento é impulsionado pela variante ômicrom, mais infecciosa que as anteriores. É um sinal de que a emergência sanitária continuará exigindo atenção este ano. Desde o início da pandemia o cenário externo funcionou como uma espécie de espelho do futuro para nós. As ondas de contaminações que aconteciam internacionalmente chegaram a território nacional alguns meses depois com força total. 

O poder público, no entanto, nunca usou a estratégia da observação para elaborar uma resposta. Essa ausência de ações se repete agora. Até mesmo a exigência de passaporte vacinal para estrangeiros só veio depois de decisão do Supremo Tribunal Federal.

Hoje, ao se observar a situação dos últimos 28 dias, é possível dizer que a propagação avança pouco no Brasil. Na lista de países em que o coronavírus mais infecta, estamos em 26º lugar, atrás até mesmo de regiões com estratégia forte de controle como Portugal e Coreia do Sul.

Mas isso pode mudar. Um dos principais motivos do controle atual é a vacinação, todavia, a imunização com as duas doses ainda não chegou a 70% da população. O índice é considerado o mínimo necessário para se pensar na possibilidade de controle da pandemia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e autoridades sanitárias do mundo todo. 

Em participação no podcast A covid-19 na semana, a médica Tainá Vaz - da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares afirma que o Brasil até pode respirar aliviado, desde "com a máscara e com consciência."

Segundo Tainá, o país está em uma fase boa, principalmente em comparação ao primeiro semestre deste ano, quando o sistema de saúde colapsou e centenas de milhares de vidas foram perdidas. Mas o duro aprendizado de 2021 não pode ser deixado de lado.

"Realmente, o legado da pandemia vai ser muito relacionado à nossa conduta diária, à forma como a gente se comporta. A gente não pode baixar a guarda". A médica cita, além da necessidade de manter a máscara, a importância de evitar aglomerações em ambientes fechados e aumentar a testagem.

"É um movimento do mundo, estamos brigando pelos auto testes. Isso deve ser uma realidade. O vírus da covid vai ser endêmico e a gente vai ter que conviver com ele e com as variantes por muito tempo. A gente tem que se reeducar e se readaptar a essa nova realidade".

Um dos sinais de que o cenário não permite que se abra mão dos cuidados vem de São Paulo. Nas duas últimas semanas de dezembro o número de internações por covid voltou a crescer, segundo o governo do estado. O Instituto Butantan informou que a presença da variante ômicron aumentou 12 vezes em sete dias.

O desafio para este ano é ampliar a vacinação e garantir as doses necessárias para todas e todos, "o número de internações e óbitos é tão pequeno hoje em dia devido à vacinação, não há  nenhuma dúvida nisso. A vacina é eficaz e tem o poder de controle da pandemia", finaliza Tainá Váz.

Fonte: Brasil de Fato

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